Era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos
corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase
desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se
estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar
contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé pra casa,
avariada.Eu sei,não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite,
um jogo entre adultos. Talvez este seja o ponto. Talvez eu Não seja
adulta o suficiente para brincar tão longe do meu patio, do meu quarto,
das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em
contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria
apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida
satisfatória,sem seqüelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei
aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela
verdade inventada.Não era amor,era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era
amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares
desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno.Não
era amor, era sem medo.Não era amor,era melhor
menina
“Ela é uma moça de poses delicadas, sorrisos discretos e olhar misterioso. Ela tem cara de menina mimada, um quê de esquisitice, uma sensibilidade de flor, um jeito encantado de ser, um toque de intuição e um tom de doçura. Ela reflete lilás, um brilho de estrela, uma inquietude, uma solidão de artista e um ar sensato de cientista. Ela é intensa e tem mania de sentir por completo, de amar por completo e de ser por completo. Dentro dela tem um coração bobo, que é sempre capaz de amar e de acreditar outra vez. Ela tem aquele gosto doce de menina romântica e aquele gosto ácido de mulher moderna.”
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
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segunda-feira, 16 de abril de 2012
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Obrigada por espalhar a sua doçura por ak.
Valéria